Faça um teste com o Google, grande oráculo da humanidade moderna, que revela o inconsciente coletivo.
Digite o nome de um alimento na busca. Qualquer um. Dê uma olhada nas pesquisas sugeridas. Pesquisa “abacaxi”, “abacate”, “feijão”.
Você encontrará:
Abacaxi engorda.
Abacate engorda.
Feijão engorda.
Essa mesma humanidade que tem pavor de engordar também é a mesma que tem níveis de excesso de peso em crescimento, revelados cada nova pesquisa populacional.
É o nosso paradoxo: nunca se falou tanto sobre dietas e nunca se ganhou tanto peso.
Dieta diz respeito aquilo que se come e se bebe. É uma palavra inofensiva.
Existem também as dietas que dizem respeito aos padrões alimentares de países, regiões ou povos que vão se consolidando ao longo da história.
A mais famosa provavelmente é a dieta do mediterrâneo, louvada por uma série de estudos científicos sobre seus benefícios. Do lado de cá, em terras brasiliensis, podemos dizer que a dieta do Brasileiro tem como base a dupla arroz e feijão.
No gosto popular, estampada nas revistas, dieta é sinônimo de restrição para emagrecimento. A ponta de entrada para uma relação disfuncional com a comida. transtornos alimentares e de imagem.
Um novo chá, um novo superalimento ou mesmo uma nova estratégia revolucionária… resgatada de 1800. Isso certamente vem do interesse do público de ter uma nova solução mágica, inovadora o suficiente para te convence a comprar a revista pela manchete e ler mais do mesmo.
No interior da revista, você descobre que Mariazinha emagreceu tomando chá de hibisco, aliado a escolhas mais saudável e atividade física.
A pergunta é retórica: foi o chá ou a atividade física aliada às escolhas?
Essas reportagens, com uma foto de um mulher (quase sempre uma mulher) com um novo manequim na capa, nunca tem o follow-up. A continuidade revelaria o quanto é absurdamente comum o reganho de peso.
Eu conheço pouquíssimas pessoas que conseguem seguir prescrições dietéticas. Pouquíssimas pessoas que conseguem manter os resultados a longo prazo.
Não tenho dúvida que elas funcionam. Tenho dúvidas se os seres humanos a quem elas são destinadas conseguem cumprir com o planejamento do papel, que tudo aceita.
E cada uma delas se culpa, sem conhecer as estatísticas que revelam a ineficácia das do método.
87% das pessoas falham em dietas. As que tentam mais de uma vez, tem mais chance de falhar. Só o fato de serem reincidentes…já indica que o método tem curto período de efetividade.
Hoje, no Dia Sem Dietas, repense sobre essa prática. Porque o hábito é aquilo que pendura.